Benutzer:Oalexander/Scratch

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"Ich und die fürchten? Herrschaften, sie vergessen, dass sie mit einem Mann sprechen der oft gegen Adolfo Pedernera gespielt hat." O. Varela.

Abaixo, confira texto de Antonio Falcão sobre o inesquecível Friedenreich "Em 1888, com o fim da escravidão da raça negra, a economia agrária brasileira entrou em crise. E, no rastro, o comércio ruiu por toda parte. Até na catarinense cidade de Blumenau, onde o alemão Oscar Friedenreich viu seu negócio ameaçado. Nisso, antes de falir, ele fez a mala e foi para São Paulo, capital, onde tantos germânicos ganhavam a vida com sangue, salsicha, suor, cerveja, chucrute e lágrima - muita lágrima. Na Paulicéia - como se convencionou chamar a cidade, rearrumou-se como comerciante e casou com Matilde, uma lavadeira negra. Deles, em 18 de julho de 1892, nasceria um menino mulato, de olhos verdes, batizado como Arthur Friedenreich.



No início do século 20, aluno do Mackenzie College, educandário da burguesia do café, o garoto de Matilde e Oscar se destacava como craque num time do bairro do Bexiga. A partir de então, seria Fried, nome suave dado ao atacante de estilo clássico, impetuoso, de fintas curtas, escorregadio e ágil como os negros varzeanos. Vendo a inclinação do filho, Oscar levou-o ao Germânia, clube da rica colônia alemã e da sociedade paulistana. Lá, prevalecia o então jeito europeu de jogar dando trombada - era o auge da marreta, lance de gladiador que consistia em bater o adversário com o ombro, no pior estilo do rúgbi americano. Só que Fried, adolescente esguio, de pernas finas e toque de bola magistral, não tinha nada a ver com aquilo. Até no modo de ser e vestir ele diferia do atleta com bigode retorcido na ponta, calção nos joelhos, posudo, de camisa de seda e racista. Desculpou-se ao pai e se transferiu para o Ipiranga, também da primeira divisão paulista, em 1910. Dois anos adiante, era artilheiro do campeonato local e foi levado para um combinado que o Paulistano organizara para enfrentar a invicta, e temível, seleção argentina. Nesse jogo os brasileiros ganharam por 4 a 3, cabendo ao filho de seu Oscar um gol e o início da glória esportiva.

Fried freqüentava rodas grã-finas e grupo formado por comerciários boêmios - ele sabia tocar viola e cantava bem. Em 1914, pela Confederação Brasileira de Desportos-CBD, compôs o primeiro escrete nacional. E no antigo estádio do Fluminense, no Rio, enfrentou o inglês Exeter City. O jogo ia de Im sorry para cá e para lá. Isso durou até que os visitantes viram que os locais levavam vantagem à base das ginga e astúcia do jogo rápido e rasteiro. Aí a fleuma britânica deu vez à marreta e à violência. Mas não adiantou: perdeu de 2 a 0, para o delírio das moçoilas torcendo (eis a origem dos termos torcida e torcedor) lenços brancos na mão, a gritar em coro o nome dos craques. Fried, cavando o gol, saiu de campo sangrando, com dois dentes a menos, mas feliz. Adiante, foi convocado para ir à Copa Rocca - competição contra a Argentina na qual o Brasil venceu pela primeira vez no exterior. E ao sul-americano de seleções de 1916, quando os brasileiros empataram com argentinos e chilenos. E perderam para o Uruguai, em Buenos Aires. Nesse 1916, fiel ao ex-colégio, ele foi para o Mackenzie. E, artilheiro paulista, em 17 assinou com o Paulistano, a grande equipe da época. Quando se sagrou tetracampeão em 19, Fried já era o número um do País. Isso se afirmou na partida Brasil e Uruguai, decidindo o sul-americano no novo campo do Fluminense, onde - após três horas de jogo - os brasileiros fizeram 1 a 0, com gol de voleio dele, que levou o zagueiro Zibecchi a dizer: Ni la fatiga lo vence. Desde então, a imprensa uruguaia o trataria de El Tigre. E em triunfo o povo o carregou nos braços do bairro das Laranjeiras ao centro do Rio. No dia seguinte, teve as chuteiras expostas na vitrine de uma loja carioca. Esse feito de Friedenreich fez o músico Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho) compor Um a Zero - choro dos mais significativos e felizes do cancioneiro popular brasileiro. Em meados da década de 20, El Tigre era festejado no Brasil e em todos os países latino-americanos. Tanto que um repórter argentino dizia ser ele o namorado da América. Todavia, para os europeus a sua existência era questionada à base de como pode um jogador brasileiro ter nome alemão? E inquiririam ainda mais os incrédulos esportistas do Velho Mundo.

Porém, em 1925 a Europa viu El Tigre atuar pelo Paulistano - o primeiro time nacional a cruzar o Atlântico. E se encantou em saber que ele existia, que era mulato de cabelo crespo e gênio com a bola no pé. Nas ruas de Paris, ouvia-se: Voilà le Friedenreich! E, por razões não-esportivas, talvez as nanas dos puteiros franceses repetissem a frase. O jornal L Equipe enalteceu: O rei dos reis. De volta ao Brasil, quando o navio aportou no Recife, os pernambucanos acolheram a delegação. O mesmo em Salvador e em Santos. No Rio, o Presidente da República, Artur Bernardes, cumprimentou a todos. E a rica cidade de São Paulo nesse dia teve de parar para render honras aos heróis capitaneados por El Tigre. A essa altura, Fried era lenda. E criaram causos referentes a ele, como o de que havia morto o irmão - que nunca teve - na cobrança de pênalti, ao atirar-lhe a bola no peito. (Depois, isso foi atribuído a Perácio, outro craque). A rigor, Friedenreich nunca perdeu pênalti. E seus chutes levavam mais veneno no efeito que chumbo. Em 1930, por ter sofrido uma fratura de tíbia, El Tigre não pode integrar o escrete que jogou a Copa do Mundo, no Uruguai. E com a fusão Paulistano e São Paulo, Fried deu ao (hoje) tricolor do Morumbi o título paulista de 1931. Em 35, despediu-se da seleção contra o River Plate. E em homenagem aos cariocas, seus três últimos jogos como profissional foram pelo Flamengo. Quando parou, aos 44 anos, teve contabilizados pela CBD 1.329 gols, marca superior à de Pelé. Esse enorme número de tentos, porém, é questionado com argumentos de peso.

Fora dos campos, Fried quis ser árbitro e técnico, mas sem êxito. Em 1938, a Companhia Antarctica Paulista o fez inspetor de vendas, até 71 anos, e nessa função ele percorreu o País. Antes de morrer em São Paulo, em 6 de setembro de 1969, disse que Domingos da Guia fora o seu craque predileto. E no escrete ideal do Brasil escalou Djalma Santos, Nílton Santos e Tim. Mas esqueceu de se incluir. Bem como a outros fora de série, tipo Leônidas da Silva, Heleno de Freitas, Zizinho, Garrincha e Pelé. Talvez na arteriosclerose da velhice, o extraordinário Arthur Friedenreich não tenha lembrado que foi ele próprio quem fez o football brasileiro virar futebol. E a ser o que é: um sonho em carne e osso."


Rubens Sales

CURI, Martin. Friedenreich. Das vergessene Fußballgenie. Werkstatt: Göttingen, 2009. 30 Jahre Sport-Club Germania, São Paulo. 7. September 1899-1929. Zeitschrift. Melhoramentos: São Paulo, 1929. http://books.google.com/books?id=Ka_hkqQxFxYC&pg=PA96&dq=%22M%C3%A1rio+Rodrigues%22+Friedenreich&hl=en&ei=cR16TOnEMoTRca-v_IkG&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDIQ6AEwAg#v=onepage&q=%22M%C3%A1rio%20Rodrigues%22%20Friedenreich&f=false http://www.google.com/search?num=30&hl=en&lr=&newwindow=1&safe=off&prmdo=1&tbs=bks%3A1&q=%22M%C3%A1rio+Rodrigues%22+Friedenreich&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=

Em 3 de dezembro de 1925, realizou-se uma reunião na sede do Club Athletico Paulistano onde se constitui a Liga de Amadores de Futebol. Estavam presentes representantes dos clubes A.A. das Palmeiras, C.A. Paulistano, E.C. Germania, Britannia A.C., e C.A. Santista.


"Com brasileiro, não há quem possa!": futebol e identidade nacional em José .